Dirigido por Sam Raimi, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, lançado mundialmente na última quinta-feira, 5 de maio, marca o primeiro grande passo no tão comentado multiverso da Marvel Comics. Além disso, o filme, por sua natureza caótica, busca quebrar os moldes já bem estabelecidos pelos amados filmes de herói. Se ele realmente consegue fazer isso, precisaremos entrar mais fundo no multiverso da loucura ao lado de um doutor muito estranho.
Antes de começarmos, fica aqui um breve aviso de spoilers, bem leve mesmo, não irei contar com detalhe todos os acontecimentos do filme mas tocarei em pontos pouco cruciais. Então, esteja avisado.
No novo longa do nosso favorito mestre das artes místicas, não que exista muitas opções, acompanhamos Strange arrumando cada vez mais problemas para sua cabeça. Tendo que aguentar além de monstros cósmicos, uma ex-amiga feiticeira que quer seus filhos de volta e uma adolescente que abre portais multiversais, participar do casamento de sua antiga amada. Deixando os conflitos amorosos para outra hora, Strange precisa proteger America Chaves de Wanda Maximoff, que busca absorver os poderes da jovem para, de algum modo, ter seus filhos de volta, sim aqueles apresentados em Wandavision. Já que tocamos nesse ponto, assistir a sitcom Wandavisão, tradução livre, é essencial para entender as motivações de Wanda.
O longa tem 1 hora e 56 minutos de duração, bem maior do que seu antecessor, e acredite, são 2 horas de puro caos e revelações, tanto que fica difícil discorrer sobre o filme sem a história parecer uma teoria conspiratória feita por fãs. Então, vamos separar em algumas partes essa nossa pequena resenha: Ambientação e CGI; Fan-service e participações; e Conclusão com “C” de Caos.
Ambientação e CGI
Lembra como a computação gráfica de Doutor Estranho era impressionante e exalava aquele gostinho de mundo mágico. Bem, no Multiverso da Loucura as coisas não foram nem um pouco diferentes, a computação gráfica parece estar melhor do que nunca e ajuda a criar momentos tão marcantes quanto os do primeiro filme. Falando em momentos marcantes, a ambientação desse filme é divertida. Digo, ela não chega a ser perfeita mas consegue passar aquela imersão de estar viajando por várias realidades alternativas, com a computação gráfica como principal possibilitador disso. É difícil não ficar fascinado pelas inúmeras realidades alternativas mostradas enquanto America e Strange são jogados por vários universos.
O que me deixa um pouco desapontado, ênfase no pouco, acredito que ele falha em se desligar da fórmula de filmes de heróis. O estilo mais puxado para o terror e horror característica do Sam Raimi está lá, especialmente na cena de perseguição da Wanda, mas ela não muda nada dos moldes seguidos pelos filmes da Marvel, no final ela quase não acrescenta nada. É só um pequeno diferencial, uma pitada de individualidade para este longa do herói, quando comparado com outros personagens. Acredito que ninguém esperava um filme de terror, mas uma presença mais sinistra era bastante comentada nos bastidores do longa.
Fan-service e participações
Primeiro, você sabe o que é fan-service? É um termo meio vago e que pode ter diversos significados dependendo do contexto, mas vamos trabalhar com a essência dele: um elemento supérfluo que não acrescenta nada na narrativa e que está ali apenas para agradar os fãs. Normalmente, filmes de heróis são recheados de fan-service, quem não adora uma micro participação de seu personagem favorito?
Você já deve saber onde estamos chegando, os Illuminati, por mais que seja um fan-service descarado, acho que ele é parcialmente justificado quando observamos ele por seu papel no filme. Eles não têm outra função senão serem apresentados e servirem de parâmetro para entendermos como a feiticeira escarlate é, talvez, o ser mais poderoso da Marvel naquele momento. Entretanto, quando usados dessa forma, de medidores de poder, eles funcionam muito bem, mas quando tratamos isso como uma introdução aos personagens, se torna o equivalente a uma cena pós-créditos, extremamente rápida e rasa. É lógico que a maioria dos fãs quase morreu quando viu o professor Xavier de novo, mas isso não retira o fato de que a apresentação deles poderia ser melhor trabalhada e que todos os personagens poderiam ser substituídos por qualquer outro personagem.
Querendo ou não, foi uma forma de introduzir novos rostos importantes para o universo Marvel, o próprio Reed Richards com certeza vai aparecer no novo filme do Quarteto Fantástico.
Conclusão com “C” de Caos
Esse filme do Doutor Estranho é puro caos, quando comparado com outros filmes de herói, ele é rápido, exagerado e marcante. Como disse antes, realmente parece que o roteiro foi retirado de uma teoria de fã, temos professor Xavier, Reed Richards, Maria Rambeau como Capitã Marvel, Raio Negro e Capitã Carter em um único filme. É puro caos. Cada parte desse filme abraça o tema principal que é a loucura e o imprevisível, e esse fator surpresa se preserva mesmo com os trailers. Algo que a Marvel parece ter aprendido bem nos últimos tempos, as últimas produções parecem não estar revelando tantos pontos importantes nos trailers.
Assistir o filme é divertido, como qualquer outro filme da Marvel, a ação é boa, os personagens ótimos e engraçados e a história é bem interessante, diferente de alguns outros longas da produtora, só sofre com a expectativa exagerada e a questão do fan-service. Entretanto, se você já é um grande fã de histórias de heróis, o filme é perfeito para você, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura 2 é competente e talvez um dos melhores filmes da fase 4 do universo cinematográfico da Marvel, além de ser dirigido pelo Sam Raimi.
E aí, gostou da nova aventura do Doutor Estranho? O que achou dos novos personagens apresentados? Conte tudo para a gente aqui da Rádio Mídia!